segunda-feira, 5 de abril de 2010

BYOB: Um conceito e um exemplo a seguir

OJE - Lifestyle - 2010.04.05

É uma sigla ainda bem desconhecida do público português: BYOB - Bring Your Own Bottle, que no fundo quer dizer traga a sua própria garrafa! Para onde? Para o seu restaurante preferido!

Quantas vezes não pensamos, e até dizemos, nos restaurantes onde mais gostamos de ir e tendencialmente mais visitamos: "Qualquer dia trago um vinho que deve ficar excelente com este prato"? Ou então, depois de épocas festivas como o Natal ou no nosso dia de aniversário, em que a generosidade dos nossos amigos ou família recai sobre o magnífico néctar de Baco que é o vinho, e pensamos onde podemos consumir estes presentes todos.

Bem, agora já não precisa de se preocupar, porque o conceito parece que veio mesmo para ficar, ainda que a passos de bebé se compararmos com os EUA, França ou Canadá, mas mesmo assim já são vários os restaurantes, e em diversos pontos do país que aderiram a este serviço.

Os preços, ou a "taxa de rolha", vão variando - em muitos casos o praticado é o valor do vinho da casa, outros fixam pelo que acham justo, e outros recebem de portas abertas e não cobram nada.

Vejam bem a lista de alguns dos locais que pode visitar e levar a sua própria garrafa: Lisboa e arredores - Associação Naval de Lisboa - 2€ PAX - 213635329, Clube dos Jornalistas - €5 - 213977138, Eleven - €9 - 213862211, York House - €3.5- 213962435, Tavares - €15 - 213421112, Salsa e Coentros - €0 - 218410990, Na Ordem com Suspiro - €0 - 218406117.

Porto e arredores: Shis - €6 - 226189593, Ferrugem (Famalicão) - €5 - 252911700, Restaurante Pedro Lemos - €7,5 Garrafa - 220115986, Quarenta e 4 (Matosinhos) - €0 - 229363706, Cafeína - €5 - 226108059. Eira do Mel - Valor do vinho da casa - €15 (e pode levar a garrafa) - 282639016 (V.N. Bispo), Arcadas (Coimbra) - €9 - 239802380, A Escola (Alcácer do Sal) - €0 - 265612816 , Luar de Janeiro (Évora) - €7.50 - 266749114, entre outros.

Muitos se questionam, "então o vinho que era uma das nossas melhores formas de rendimento, vamos abdicar de vendê-lo?

A pergunta que eu faço é, aqueles clientes que nunca iriam ao restaurante, agora podem ser uma fonte de rendimento, será que vale a pena abdicar destes? E quem sabe se, no dia seguinte, não voltam para uma refeição e um dos mais caros néctares da casa.

É tempo de abrir os olhos e de começar a aderir às tendências dos mercados e, principalmente, às vontades dos clientes, pois são estes que têm sempre a palavra final.

Ora vejamos um caso prático. No passado domingo estava um dia de sol excelente, e a minha vontade era ir para uma esplanada mas, de certa forma, levar o vinho que me apetecia beber. Telefonei para a York House e perguntei se era possível - resposta afirmativa. Depois questionei se o vinho que pretendia levar fazia parte da carta: negativo.

Pois acho que levar o vinho que está na carta não é um bom princípio e até pode ser ofensivo.

Assim, peguei nas minhas seis garrafas de Adega Mayor, almocei maravilhosamente e só tinha de pagar 21€. Poupei uns dinheiros e o restaurante não deixou de ganhar.

Se todos se queixam da crise, por que não investir numa nova forma de rendimento?

Texto publicado originalmente no Lifestyle do diário OJE a 5 de Abril de 2010

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